Por Pedro Galante
Escalações:

Organização ofensiva:
Com Dani Alves voltando a atuar na Libertadores, o São Paulo retomou sua saída com o recuo de dois volantes. O movimento garantia uma superioridade numérica em relação a primeira linha de pressão argentina, que usava três atacantes. No entanto, os visitantes tinham muita dificuldade para dar continuidade as jogadas: não conseguia acionar seus laterais, em função do posicionamento dos atacantes do River e tampouco conseguia avançar por dentro, uma vez que Igor Gomes estava sempre vigiado por De La Cruz ou Nacho Fernández.
Hernanes e Vitor Bueno, mais avançados, eram pouco acionados e quando eram, tinham dificuldade de girar, pressionados por Pérez ou algum dos zagueiros argentinos. Pablo, com pouca mobilidade, foi superado por Pinola e Martinez Quarta, seja por baixo, ou pelo alto.
Exceto pelo gol em jogada de escanteio, o São Paulo não conseguiu criar perigo. Faltou uma melhor dinâmica para avançar no campo e mais agressividade para atacar os espaços quando o River teve sua linha de defesa quebrada.
Na segunda etapa, a entrada de Brenner sugeria um pouco mais de agressividade no ataque, tentando criar espaços na linha adversária. No entanto, a equipe paulista seguiu sem conseguir superar a pressão argentina e quase não levou a bola ao ataque.
Com a perda de ritmo do River e a queda na intensidade da pressão, aos 25, Gallardo tirou o autor dos gols Julián Álvarez e colocou o zagueiro Paulo Díaz, mudando sua equipe para um 5-3-2. A alteração preencheu melhor a área e garantiu a defesa do funil.
Aos 33, Trellez e Paulinho Boia entraram nas vagas de Pablo e Vitor Bueno. Mais tarde, aos 40, Toró entrou no lugar de Tchê Tchê. As alterações apontavam para a aposta nas tentativas de cruzamento, que quase não aconteceram com a defesa argentina ganhando muitos duelos defensivos.
Organização defensiva:
Defendendo em um 4-4-2 com Hernanes voltando um pouco mais, o São Paulo ensaiava momentos de pressão mais alta, mas o River não forçava a saída por baixo e buscava a bola longa, explorando a linha alta da equipe de Diniz e tendo Nacho e De La Cruz próximos para a disputa de segunda bola.
O São Paulo também teve dificuldade defendendo em um bloco mais baixo. Os laterais argentinos avançam e eram perseguidos pelos pontas tricolores, Nacho e De La Cruz recuavam e assumiam uma posição de protagonismo na base da jogada, gerando dúvida entre saltar para pressionar ou defender a entrada da área em Dani Alves e Tchê Tchê. Quando os meias são-paulinos optavam pela pressão, Suárez, Borré e Álvarez usavam de movimentos coordenados para que um dos três se apresentassem como opção no espaço entrelinhas.
Transição ofensiva:
Com o recuo dos pontas, perseguindo Casco e Montiel, o São Paulo tinha poucas opções avançadas para acelerar suas transições. Diferente da partida contra o Internacional, onde teve a tirada da pressão e a construção paciente como comportamento nessa fase do jogo, o tricolor buscou criar contra-ataques, mas sucumbiu diante do excelente pós-perda do time de Gallardo.
Transição defensiva:
Outra vez, a equipe paulista sofreu com transições defensivas. Não demonstrou coordenação e intensidade para pressionar no momento pós-perda e nem manteve um balanço defensivo sólido, como fez vem diante do Internacional.