Por Leonardo Hartung e Juliano RangelDisputado uma vaga nas semifinais do Mundial de Clubes e, assim, ser o adversário do Flamengo, Al Hilal e Espérance proporcionaram um duelo interesse, colocando de um lado uma equipe saudita bem ofensiva e, do outro, um time tunisiano sendo mais reativo. Melhor para os Al-Zaeem que, na categoria de Bafétimbi Gomis, garantiram a classificação.Na equipe saudita, Răzvan Lucescu perdeu o capitão Salman Al Faraj, lesionado, e ainda surpreendeu com Sebástian Giovinco e Bafétimbi Gomis iniciando o jogo no banco de reservas. Com Carlos Eduardo e Omar Khribin titulares no 4-4-2/4-4-1-1, o técnico romeno teria, em tese, movimentação e infiltração do meia brasileiro e bons apoios e jogo de costas do atacante sírio. Compreensível ainda mais imaginando que o Espérance teria uma abordagem mais de reação e transições para enfrentar os sauditas.
Com a dupla Mohamed Kanno e Gustavo Cuéllar, o Al Hilal garantiria físico e melhor proteção à linha defensiva. A saída de bola ficou aquém do que poderia oferecer Abdullah Otayf, que entrou no segundo tempo, mas o plano de Răzvan Lucescu funcionou e o Espérance pouco conseguiu gerar em transições. Nisto se destacou a partida de Cuéllar, primordial para matar as transições dos tunisianos.Já o Espérance começou a partida pressionando o Al Hilal já no campo de ataque com seu 4-3-3 que, sem a bola, variava para 4-1-4-1. Nesses momentos, o centroavante Ibrahim Ouatarra atuava mais à frente com os extremos Badri e Elhouni formado a linha de meio-campo com Bonsu e Benguit pelo centro. Mais atrás, Coulibaly flutuava entre as linhas de defesa e meio-campo, e os laterais Delbani e Chetti encaixavam nas marcações dos extremos do time saudita.Nas fases defensivas, o Espérance se armava no seu tradicional 4-1-4-1. (Imagem: Instat/Edição: Juliano Rangel)Nas fases com a bola, iniciando com o goleiro Bem Cherifia, o técnico Moïne Chaâbani tentou qualificar mais a saída de bola trazendo Benguit para atuar mais próximo de Coulibaly e da dupla de zaga formada por Yaaboubi e Bedrane. Os laterais tinham liberdade nas transições ofensivas, com Chetti triangulando com Elhouni, na esquerda, e Badri, mais por dentro, contando com as aproximações de Derbali e Bonsu, esse último que também ajudava na pressão da equipe ainda no campo de ataque.
Moine Chaabani recuou Beguint para ajudar nas saídas de bola da equipe saudita. (Imagem: Instat/Edição: Juliano Rangel)Mantendo a sua proposta ofensiva e variando saídas curtas pelo chão ou um jogo mais direto, o Al Hilal também foi uma equipe muito compacta e próxima no campo de ataque. Não foram poucas as vezes em que se percebia a equipe com meias, extremos, o lateral e Carlos Eduardo próximos. Omar Khribin gerava profundidade entre os zagueiros do Espérance e o lateral do lado oposto (no lance abaixo, Mohammed Al Burayk) ficava bem aberto podendo atacar o lado sem marcação.
Al Hilal foi uma equipe muito compacta e próxima no campo de ataque (Imagem: Instat/Edição: Leonardo Hartung)Com uma marcação em bloco médio, a equipe tunisiana apostava nos ataques rápidos, tendo como homem mais buscando o extremo Elhouni, que interiorizava em suas descidas. Do outro lado, Badri se movimentava bastante, invertendo com Ouattara, caindo por dentro, arriscando de média distância e chegando a se posicionar como um segundo atacante.
Badri interiorizava chegando a atuar como um segundo atacante (Imagem: Instat/Edição: Juliano Rangel)Depois dos 20 minutos iniciais, a equipe saudita começou a impor seu ritmo mais forte no campo de ataque, gerando problemas nas transições defensivas do Espérance pelos lados, com Chetti e Derbali deixando espaços já que ambos retornavam das descidas ao ataque. Somando a isso, as infiltrações do Al Hilal, com destaque para as chegadas do brasileiro Carlos Eduardo, também traziam perigo ao goleiro Bem Charifia.
O Al Hilal levava perigo ao Espérance nas descidas pelos lados, muito por conta dos espaços deixados pelos laterais da equipe tunisiana que retornavam do ataque. (Imagem: Instat/Edição: Juliano Rangel)Com uma marcação em bloco médio, a equipe tunisiana apostava nos rápidos contra-ataques e nos chutes de média distância de Badri, que continuava sendo muito acionado na direita.Na segunda etapa, o Espérance retornou fazendo pressão na saída de bola do Al Hilal, mas errava muitos passes em sua saída de bola. Ainda no meio, Coulibaly trabalhava muito sozinho na marcação e acabava possibilitando as infiltrações do ataque do time saudita.Aos 12 minutos, a equipe tunisiana levou perigo com os extremos trabalhando por dentro. Elhouni tentou acionar Badri, que interiozava, mas a bola acabou sendo obstruída por Yasir Al-Shahrani do Al Hilal, e só não entrou no da equipe saudita porque o goleiro Abdullah Al-Mayouf conseguiu se recuperar no lance.
Com muito mobilidade no ataque, os extremos interiorizavam bastante nas descidas ao ataque da equipe tunisiana. (Imagem: Instat/Edição: Juliano Rangel)O Al Hilal tinha posse de bola e volume de jogo, mas não balançava as redes. Com isto, Răzvan Lucescu ousou e sacou Gustavo Cuéllar para a entrada de Bafétimbi Gomis. Kanno ficou de primeiro homem com Carlos Eduardo mais próximo, tendo Omar Khribin como o homem atrás de Gomis.A ousadia deu frutos minutos mais tarde. Mohamed Kanno tem a bola e tabela rapidamente com Carlos Eduardo, movimentação que tira Abdelraouf Benguit do organizado 4-1-4-1 do Espérance. André Carrillo se apresenta no espaço aberto (orientado por Gomis) e recebe de Kanno. O peruano toca de primeira para Bafétimbi Gomis mostrar toda a sua calma e talento na frente do gol. Confira o lance:
Abdullah Otayf é um meia de boa construção, mas não dos mais intensos em cenários físicos e de transição além de ser mais posicional. Por outro lado, pode permitir que os laterais sauditas (em especial Yasir Al Shahrani) subam ainda mais no campo de ataque.@julianords
@HartungLeo