Por Maurício Wiklicky
Gol de bicicleta de Luciano. Foto de Lucas Uebel
O melhor do que se viu do Grêmio contra os candidatos ao rebaixamento CSA e Chapecoense foi o resultado. Duas vitórias, classificação para a pré-libertadores garantida (não matematicamente ainda) e na disputa para classificação direta abrimos 4 pontos para o São Paulo, nosso adversário direto.
O Grêmio mesmo deixando o campeonato de lada por inúmeras rodadas (em torno de 15), sem muito esforço participará de mais uma Libertadores, mantendo o posto de clube brasileiro com mais participações na maior competição continental. Deixamos de lado o campeonato, assim como deixamos de lado os dois últimos jogos contra CSA e Chapecoense, ao qual foram muito parecidos na postura, ou seja, gol no início do jogo, qualidade incomparável e o relaxamento. Contra o CSA poderia ter a desculpa da ressaca pós Grenal, porém o mesmo ocorreu em Chapecó. A diferença dos jogos foi a qualidade dos adversários, com o CSA tendo mais qualidade, em especial nos contra ataques.
Taticamente há pouco para se analisar, mas abaixo alguns pontos para considerarmos:
- o time titular com Luciano e Tardelli vem ganhando entrosamento, vínhamos numa crescente até esses dois jogos, mas talvez contra os próximos adversários mais forte todo o estado anímico e o futebol melhore. A curiosidade aqui é a inversão de papeis tanto dentro dos 90 minutos, quanto nos jogos. Contra o CSA, assim como no Grenal, Tardelli teve a função de recuar mais e deixar Luciano mais a frente. Já contra a Chape os papeis se inverteram, mas o time não rendeu tanto. Notem na imagem abaixo que Tardelli, Luciano, Everton e Alisson tem papel de armar e finalizar, sem a figura de um meia central como Luan e Jean Pyerre
- Confiança para Luciano, que participou dos gols decisivos. Contra o CSA, apesar do gol contra, estava na área para raspar de cabeça e alterar a trajetória da bola. Já contra a Chape, o golaço de bicicleta. COnfiança não só para agora, mas para 2020
Posicionamento médio do novo time titular. Na imagem da esquerda contra o CSA e na direita contra a Chape. Imagem: Instat
- laterais junto com goleiro e um atacante “fazedor” de gols são prioridades para o ano que vem. Na lateral esquerda Cortez teve uma melhora, porém não tem disputa, haja visto que Juninho Capixaba precise evolui muito. Talvez seja a hora de testar Guilherme Guedes, que já jogou 10 vezes pela Ponte Preta na série B. Não vem fazendo um campeonato bom, já com 4 amarelos, por exemplo, mas ganhou experiência. Na direita temos a qualidade, mas idade, de Leo Moura, e a falta de qualidade de Galhardo. Leo Gomes, muitas vezes criticado por mim, é o titular absoluto, porém o seu retorno é uma dúvida. Contra a Chapecoense jogamos quase sem laterais, pois tanto Galhardo quanto Capixaba foram inoperantes.

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- recomposição de Everton é cada vez menos assídua. Com Cortez entende-se, pela sua segurança defensiva, assim explorando a potencialidade ofensiva de Everton. Já contra a Chape teve que retornar mais, para ajudar Juninho na defesa.
- Ausência de Maicon é sentida, seja para dar ritmo ao jogo, seja para perceber o momento de voltar entre os zagueiros para começar a jogada, e assim fazer uma saída de 3 com qualidade, seja para armar o time, pois com Luciano e Tardelli, ele pode avançar mais para realizar passes de ruptura.
- Darlan teve mais uma oportunidade. Com as ausências de Rômulo e Michel ele foi colocado ao lado de Matheus Henrique. Obvio que falta experiência, mas ele demonstra muita qualidade na procura por espaços, em ser opção de passe aos companheiros, e qualidade na bola nos pés. Além disso mostra uma liderança natura, tanto com os companheiros, quanto com os árbitros, pois está sempre falando. Muitos questionam nas redes sociais que ele é franzino, que não marca bem. Acredito que sejam ajustes finos de colocação e tempo de bola, bem como maturidade como no erro de saída de bola no 2º tempo em que ficou marcado para os torcedores a bronca que levou de Kannemann (talvez muito desse “jogou mal” foi por essa imagem, não?)