Por Pedro Galante
O São Paulo recebeu o Avaí no Morumbi nesse domingo (20). Pouco mais de 20 mil torcedores viram o tricolor enfrentar uma defesa muito compacta e ainda assim criar boas chances, no que foi o melhor jogo a nível tático da Era Diniz.

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Talvez não tenha sido a partida mais estimulante para o torcedor, mas, analisando o que Diniz propõe em seus trabalhos, essa foi a atuação que mais se aproximou do ideal até aqui. Muito disso passa pela escalação: Dani Alves foi lateral direito e Liziero e TchêTchê atuaram no meio-campo.
Fernando Diniz gosta que seus times dominem o jogo e sufoquem o adversário, para isso é importante ter a posse da bola e – mais importante ainda – tê-la no campo de ataque, o mais próximo do gol possível. Para entender porque essa foi a melhor partida a nível tático, veja abaixo o comparativo de alguns dados em todas as seis partidas com Diniz:
Legenda: PB% = POSSE DE BOLA / ECA = ENTRADAS NO CAMPO ADVERSÁRIO / EIA = ENTRADAS NO TERÇO FINAL / EA = ENTRADAS NA ÁREA DO ADVERSÁRIO (Foto: Instat)
Claro que esse domínio gigantesco foi influenciado pela fragilidade do adversário, pela expulsão de Brenner aos 23 minutos, que obrigou o Avaí a abandonar o 4-1-4-1 e migrar para o 4-4-1, permitindo que o São Paulo tivesse superioridade na saída de bola e pelo centro; mas também por uma questão tática no meio-campo tricolor: o ataque ao meio-espaço.
O meio espaço, nada mais é que o espaço entre o zagueiro e o lateral adversário. É uma zona que não é central, mas também não está próxima da linha de lado. Quando Antony pela direita ou Vitor Bueno/ Léo pela esquerda atraiam os laterais do Avaí, Liziero e TchêTchê atacavam o meio espaço, podendo receber em boa condição ou abrindo espaço para um companheiro.
Vitor Bueno atraí dois marcadores e TchêTchê ataca o espaço aberto nas costas da linha.
Atacar o meio-espaço é uma das melhores formas de abrir espaços contra uma defesa muito compacta. O São Paulo não conseguiu converter essas chegadas na área em grandes chances pois ainda está amadurecendo na sua produção ofensiva e pela ausência de um centroavante definidor: Pato não têm característica e foi mal quando exigido.
Na segunda etapa, o time passou a explorar ainda mais esse tipo de movimentação com a entrada de Igor Gomes na vaga de Bruno Alves, lesionado. Luan virou zagueiro e TchêTchê primeiro volante.
O São Paulo manteve a boa produção ofensiva. Outro destaque positivo é Daniel Alves, o camisa 10 atuou como um lateral construtor e ajudou muito a equipe aparecendo por dentro. As infiltrações constantes de TchêTchê e depois Igor Gomes só eram possíveis porque Dani Alves, mais atrás, estava ajudando a construir.
Apesar de jogar como lateral, Dani não perdeu sua influência na construção: foram 82 passes certos, cinco decisivos. (Foto: SofaScore)
E foi depois de cobrança de escanteio do mesmo Dani Alves que os mandantes abriram o placar. Arboleda, que completava seu 100º jogo, marcou de cabeça.
Hernanes e Raniel entraram mais próximos do fim, mas a partida acabou assim. O São Paulo teve mais chances, mas não a converteu.
Apesar de um resultado magro, o desempenho foi bastante positivo por se aproximar do que o treinador propõe. Ainda há conceitos a serem assimilados, mas tudo deve acontecer aos poucos. Por fim, fica a dúvida de como Diniz escalará a equipe na próxima rodada: vinha usando Dani e Hernanes no meio, mas viu Liziero e TchêTchê fazerem grande partida, além de Igor Gomes, que entrou bem mais uma vez e pede passagem; no ataque vem usando Pato, que é muito técnico, mas não rende bem como centroavante, enquanto Raniel é opção no banco.