Por Pedro Galante
Anunciada a escalação, com as voltas de Hernanes e Pablo, dois dos principais reforços para a temporada, a expectativa da torcida são-paulina era grande. O empate contra o CSA, em casa é um resultado mais que decepcionante.
A dinâmica do jogo esteve clara desde o primeiro minuto: o CSA se defendendo de forma compacta, impedindo o jogo pelo centro e o São Paulo muito ofensivo, com seus zagueiros avançados e muitas peças talentosas espalhadas pelo campo.
Apesar de estarem recuperando a melhor forma, Hernanes e Pablo tiveram um grande impacto na circulação de bola da equipe. Oferecendo passes nas costas dos volantes adversários, a dupla facilitou a vida de Liziero e TchêTchê. Hernanes fez, provavelmente, a melhor partida desde sua volta ao clube, sendo muito criativo com passes e dribles.
Pablo e Hernanes dando opção de passe para quem tem a bola. (Foto: Instat/ Pedro Galante)
O Tricolor paulista concentrava seu talento pelo lado direito com Daniel Alves e Liziero muito ativos na saída de bola e Antony se aproximando de Hernanes na região central. No entanto, o desfecho das jogadas acontecia principalmente pelo lado esquerdo, com Reinaldo sempre livre, já que Everton aparecia por dentro, próximo a Pablo.
Everton aparecendo na área junto de Pablo e os meio campistas concentrados pela direita. (Foto: Instat/ Pedro Galante)
A parte da pressão nos zagueiros – facilmente vencida por Liziero – os visitantes não mostraram muitos argumentos defensivos, contando com a individualidade do goleiro Jordi para não sair perdendo. Pouco desenvolvimento com bola, mesmo considerando contra-ataques, afinal a equipe mal conseguia recuperá-la (31% de posse na primeira etapa)
No intervalo, a única mudança foi de Everton por Pato, o que agregou ainda mais qualidade ao meio campo do São Paulo. A equipe de Argel Fucks voltou com um comportamento muito mais combativo, lutando pela bola no meio e acelerando após recuperações.
Aos 10, o CSA marcou com Hector Bustamante. A jogada começou com o drible do zagueiro Luciano em Antony, o que forçou uma série de compensações na defesa tricolor: TchêTchê sobe para combater, Dani fecha o meio campo e deixa Bruno Alves exposto contra Apodi, Arboleda e Reinaldo fecham a área e deixam o lado direito aberto. Uma falha sistemática.
Depois do gol, o São Paulo atacou ainda mais mesmo que sem padrão. A qualidade de Liziero, TchêTchê e Dani Alves (que atuou fechando mais por dentro ao longo de toda partida) era suficiente para iniciar as jogadas, mas faltava o último passe para criar chances concretas. Cuca colcou Toró e Igor Gomes para ganhar a opção do um contra um e mais movimentação entre as linhas alagoanas.
Trocou as posições de Dani e TchêTchê para manter a iniciação de jogadas. Aos 42, o empate com Reinaldo após cobrança de bola parada.
O São Paulo, mais uma vez, deixou de somar dois pontos em casa – o que tem pesado na posição do time na tabela. O que mais revolta o torcedor é a falta de padrão mesmo com o excesso de talento. Há que considerar que a consolidação de um padrão tem sido minada pela falta de continuidade dos jogadores, e Cuca não pode fazer nada sobre isso.

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Tem razão quem pede por mais, porque se pode dar mais. O que não pode é ver menos. Ao Cuca cabem muitas críticas – o gol sofrido, por exemplo, surge de um erro de sistema – mas a competitividade desse time, que só perdeu três vezes, se deve a ele. Trocar treinador? Há alguns meses Cuca era solução para o trabalho de Jardine, que por sua vez era a salvação do trabalho de Aguirre.
Na falta de um processo, os peões vão caindo no tabuleiro. Um a um. Talvez a culpa seja deles. Talvez seja nossa.