Fora da última Copa do Mundo, a Argélia, sob o comando de Djamel Belmadi, conquistou a Copa Africana pela 2ª vez. Pragmática, a equipe foi muito regular no torneio e sofreu apenas 2 gols (em 7 jogos).
Na final, o adversário foi Senegal, que nunca venceu a competição. Na fase de grupos, haviam se enfrentado e a Argélia vencera, por 1×0. Neste reencontro, o placar se repetiu.
Escalações
Via TacticalPad.
As duas seleções tiveram desfalques importantes. Na Argélia, o ótimo lateral Youcef Atal, do Nice, lesionado, ficou de fora (já havia perdido a semi também). Senegal perdeu um de seus pilares, Koulibaly, por suspensão.
O jogo
A Argélia marcou logo aos 2min, num chute desviado de Bounedjah. Assim sendo, Senegal, que é propriamente uma equipe reativa, que aposta muito nas transições e nas ligações diretas, teve que tomar a iniciativa.
Dominaram a posse de bola, naturalmente, mas pouco produziram. Com muitas dificuldades neste sentido, não conseguiam progredir e ter continuidade. Mané foi muito acionado, mas não fora a solução, como fora anteriormente (na competição).
A Argélia também cometia muitas faltas e quebrava o ritmo da partida. Praticamente, após o 1×0, só se defenderam – não finalizaram mais a gol.


Estatísticas da partida, via SofaScore.
No 2T, Senegal, apesar da falta de criatividade, teve chances para empatar. A principal delas foi com Niang, após um bom passe de Gassama. Ele driblou o goleiro e chutou pra fora.
Na Argélia, Benlamri e Mandi foram muitos sólidos. No jogo, destaque também para Bennacer, que é refinado tecnicamente e é muito agressivo/intenso defendendo, ganhando muitas 2ª bolas.
Momento de fé/agradecimento dos jogadores, após o apito final (Via: DAZN)
O título foi merecido. O plantel era ótimo e a equipe foi bem estruturada por Djamel Belmadi.
Individualmente, destaque para os já citados Mandi e Benlamri, pela ótima defesa da área, e para Youcef Atal, que não jogou na reta final, mas foi muito bem, dando profundidade e conduzindo em velocidade;
A dupla de zaga argelina (Mandi e Benlamri)
No meio, Guédioura, perseguindo e lançando, Bennacer – que será uma baita aquisição do Milan, diga-se -, Belaïli, partindo da esquerda, conduzindo e associando-se e Mahrez, que decidiu a semifinal;
- Bennacer, eleito o craque do torneio
E na frente, para fechar, Bounedjah, que talvez fora o grande protagonista, recebendo jogo direto. O artilheiro do Al-Sadd, dotado de muita força física, apesar de não ter tido um grande aproveitamento nas finalizações, foi crucial, pelos pivôs e “escoradas”.
A celebração da equipe após a vitória contra a Tunísia, nos pênaltis, nas quartas. Bounedjah quase foi vilão – perdera um pênalti no tempo regulamentar. O atacante ficou bem abalado – chorou bastante.
A Argélia tentará voltar a disputar a Copa do Mundo em 22 e repetir a boa campanha que fez no Brasil em 2014. Antes, terão mais uma Copa Africana (em 2021). Não é uma equipe que encanta, mas tem boas individualidades e é muito competitiva. Se mantiverem isto, certamente serão bem-sucedidos nos próximos anos. Acompanharemos.