Por Pedro Galante e Henrique Mathias
Foto destaque: Reuters.
A grande final da Copa do Mundo na França colocou Holanda e Estados Unidos frente a frente. De um lado as holandesas que chegaram a sua primeira final na segunda participação no torneio, do outro as americanas maiores campeãs do torneio e favoritíssimas.
Os primeiros 15 minutos seriam fundamentais. Os EUA marcaram antes do décimo sexto minuto em todas as partidas do Mundial. Pensando em sobreviver a esse período inicial, Sarina Wiegmann fez algumas alterações na sua equipe.
Optou por jogar com Dominique Bloodworth na lateral esquerda e utilizar Anouk Dekker na zaga. Com isso, aumentou a capacidade física pelos flancos. Além disso, mudou o desenho da equipe; de 4-3-3 para 4-2-3-1. Van de Donk atuando pela ponta direita, Miedema mais recuada e Beerensteyn mais a frente para puxar contragolpes.
Posicionamento da Holanda no 4-2-3-1. (Foto: Instat/ Pedro Galante)
A dinâmica de marcação holandesa foi diferente da usada em toda competição: Uma lateral pressiona com agressividade o lado da bola e a outra se posiciona por dentro, próxima as zagueiras, evitando a inversão para o lado fraco.
Dinâmica da linha de defesa holandesa: lateral do lado da bola salta para pressionar e lateral do lado oposto fecha com a dupla de zaga. (Foto: Instat/ Pedro Galante)
A seleção de Jill Ellis buscou o mesmo padrão ofensivo nos primeiros 30, com O’Hara trabalhando como uma lateral-interior e com Lavelle e Mewis alternando o lado, para ajudar na progressão. Mas faltou intensidade com bola e não apenas na pressão pós-perda.
Com esse posicionamento por dentro, até mesmo para defender, O’Hara acabou permitindo muito espaço nas suas costas, mas a Holanda não soube ativar os movimentos de Martens, muito pelo jogo abaixo de Van de Donk, que errou na tomada de decisão e deixou de ativar contra-ataques importantes.
Depois dos 30, Alex Morgan assumiu um protagonismo ofensivo crucial, deixando a referência no centro do ataque, para atrair as zagueiras rivais a deixar o posicionamento ideal e liberando espaço para o ataque de Heath e Rapinoe. Van Veenendaal foi bem e impediu que o gol americano fosse marcado.
No intervalo, O’Hara saiu para a entrada de Krieger. A dinâmica se manteve. A Holanda se defendia bem e os EUA achava em suas pontas a melhor forma de tentar criar algo. Até que aos 15 minutos, Morgan sofreu pênalti, convertido por Rapinoe.
O gol mudou o cenário, a Holanda que até então só defendia, precisava atacar. O time voltou ao 4-3-3, com Miadema ocupando o comando do ataque, Beerensteyn abrindo na ponta direita e Van de Donk aparecendo por dentro.
No entanto, a Holanda não conseguiu criar boas chances. As duas jogadoras mais criativas, Van de Donk e Martens, fizeram uma partida muito modesta e não ajudaram a equipe no momento que ela mais precisava.
Martens e Van de Donk fizeram partidas abaixo do esperado. (Foto: SofaScore)
O segundo gol americano sai em contra-ataque após erro de passe de Van de Donk. Rose Lavelle vai conduzindo, a defesa vai cedendo espaço até que ela dá um corte e finaliza de fora da área para ampliar o placar.
Jill Roord e Van de Sanden entraram nos lugares de Martens e Dekker, mas os EUA mantiveram o controle e o fôlego com as estradas de Press e Lloyd.
Os Estados Unidos, comandado por Jill Ellis, chega ao seu quarto título de Copa do Mundo, comprovando a superioridade na categoria. A Holanda foi valente, mas não esteve à altura do jogo, principalmente a nível individual.
A Copa do Mundo chega ao fim, sintetizando a evolução e desenvolvimento do futebol feminino. É o momento de apoiar a categoria. O Brasileirão feminino volta no dia 10 com partidas por todo pais.