Por Kleyton Sampaio
O Athletico Paranaense entrou em campo com Santos, Erick, Paulo André, Leo Pereira e R. Lodi na sua linha de defesa, no meio campo a equipe contou com Wellington, Leo Cittadini e Bruno Guimarães, no ataque os homens foram Nikão, Roni e Marco Ruben. A equipe variou entre o 4–1–4–1 na organização defensiva e o 3–4–3 na sua organização ofensiva.
Esquema base do CAP.
O Bahia iniciou a partida com Douglas, Nino, Ernando, Lucas Fonseca e Paulinho na linha de defesa, no meio campo os homens foram Gregore, Douglas Augusto e Ramires, no ataque Artur, Rogério e Fernandão. O time usou o 4–4–2 variando para 4–1–4–1 na sua organização defensiva e o 2–5–3 na organização ofensiva.
Esquema base do Bahia.
O time da casa começou a partida a todo vapor, muito em virtude de ter um uma equipe mais encaixada, com um modelo de jogo consolidado e pelo fator “casa”. Os primeiros minutos do CAP foram de muita dinâmica, intensidade e controle da posse de bola. Como de costume, iniciavam a sua transição ofensiva e logo buscavam os lados do campo. Apoio dos laterais e inversão de jogadas geraram muito perigo a equipe do Bahia, que quase não respirou durante a primeira etapa.
Números do 1º tempo (Sofascore).
Em contrapartida, apesar da intensidade do adversário, o Bahia procurou pressionar a saída de bola para tentar incomodar, na intenção de impedir a projeção do adversário no campo de jogo.
Bahia subindo o posicionamento para incomodar a saída de bola do CAP.
Em alguns momentos essa postura funcionou, em outros momentos nem tanto. Os defensores do CAP mesmo tendo 3 atacantes à sua frente continuaram tendo opções de passe nas laterais. A pressão era rompida com facilidade, resultando em campo livre para progredir.
Leo Pereira acionando R. Lodina fase de transição ofensiva.
O time da casa apostava muito no lado esquerdo para iniciar as jogadas, a conexão entre Leo Pereira e Renan Lodi funcionou bastante para encaixar boas transições ofensivas. O defensor, junto ao o lateral esquerdo foram os responsáveis por mais passes entre si dentro da partida, estabelecendo o lado forte do CAP.
Interação entre os jogadores na partida (Footstats).
O primeiro gol saiu em após a utilização de um princípio muito importante na organização ofensiva: a amplitude. Usando a largura do campo a favor, o Athletico explorou bem os avanços dos seus laterais junto aos movimentos em diagonal dos extremos (pontas) na tentativa de atrair a marcação para o centro e abrir espaços para estes avanços, com isso levou vantagem sobre o sistema defensivo do Bahia. A primeira linha de defesa da equipe tricolor não conseguiu ajustar a sua basculação, tornando quase que impossível anular os avanços de Renan Lodi pela esquerda.
Renan Lodi atacando espaço ás costas da defesa.
A mecânica ofensiva funcionou da seguinte forma: o time da casa tentou encaixar triangulações pelo corredor direito e no momento que a equipe adversária se projetou para povoar o setor a bola foi invertida para o lado oposto. Dessa forma o Bahia não conseguia manter a sua linha sustentada por conta de liberar o lateral para pressionar, consequentemente tinha dificuldade para cobrir a área necessária do campo para antecipar as ultrapassagens do adversário. A equipe visitante não teve a percepção necessária em sua organização ofensiva e sofreu bastante por conta disso.
Apesar de criar as melhores chances na primeira etapa, o time da casa não traduziu a criação de oportunidade em uma ampla vantagem no placar, muito graças a boa atuação do goleiro Douglas, responsável por evitar um resultado elástico logo na primeira metade do jogo.
Na segunda etapa os erros na organização defensiva voltaram a se repetir. Apesar de ter menos intensidade e controle como no primeiro tempo, o Athletico continuou a usar a mesa estratégia de jogo que vinha dando certo na partida (jogar em amplitude). O Bahia novamente não conseguiu diminuir o espaço efetivo de jogo e o cenário organizacional caótico voltou a se repetir novamente com Renan Lodi dando muito trabalho pelo lado esquerdo.
Bruno Guimarães prestes a acionar Lodi pelo corredor esquerdo.
O Athletico alinhava bem as conexões entre Bruno Guimarães e Renan Lodi. Roni foi o responsável por fazer a diagonal para atrair os defensores para dentro, facilitando as ultrapassagens do lateral/ala esquerdo.
Mapa de calor dando ênfase as investidas pelo lado esquerdo de ataque do CAP (Footstats)
As principais chances do segundo tempo foram criadas dessa maneira, o que mostra a falta de percepção da equipe tricolor quanto aos cenários do jogo. Cenários que já haviam dado trabalho no primeiro tempo e que voltaram a assombrar também na segunda etapa.
Renan Lodi sendo acionado em profundidade.
Nos minutos finais de partida o CAP sentiu o desgaste físico e o Bahia começou a se soltar na partida. O time visitante tentou adiantar suas linhas no campo de jogo e pressionar a todo vapor. Porém isso resultou em contra-ataques perigosos do time paranaense, alguns deles em igualdade ou até superioridade numérica.
Contra-ataque em igualdade numérica.
Mesmo não mantendo o belo ritmo da primeira etapa, o time da casa foi melhor durante o segundo tempo. Conseguiu encaixar melhor suas alternativas para a partida e consequentemente criou as melhores chances dentro do jogo.
Números da segunda etapa (Sofascore).
Para o Bahia fica o aprendizado. A equipe não fez uma boa partida fora de casa e o resultado de 1×0 saiu no lucro para o tricolor. Ter percepção para saber a melhor alternativa dentro das partidas tende a ser um ponto crucial para a equipe da capital baiana arrancar ponto dos adversários longe de seu território.