Por Rafael Santos
Na primeira partida o Atlético Mineiro tinha o desfalque do zagueiro Réver e dos volantes Leandro Donizette e Rosinei. No jogo de ida Rafael Marques não foi bem e por isso foi substituído pelo volante Gilberto que é volante, mas compõe bem uma linha de defesa fechada com dois volantes de marcação, Leandro Donizette foi substituído por Josué que chegou para as oitavas e Rosinei era reserva, mas sempre entrava bem nos jogos.
Durante a partida a equipe fez 39 ligações diretas buscando principalmente o Jô que é um atacante alto e sobe bem de cabeça, mas maioria das vezes se desfez de bola assim acionando seus volantes e meias para recuperar a bola no erro da saída de bola do adversário e no contra ataque fazer triangulações rápidas pelas alas principalmente com Marcos Rocha pela direita.
Uma opção para abrir a defesa quando ela estava bem postada eram as inversões de lado que ocorreram nove vezes durante toda a partida. A marcação alta era feita constantemente feita na saída de bola, principalmente nos minutos inicias após o inicio e após os gols.
A lateral direita sofria com contra ataques por que Marcos Rocha tinha dificuldades na marcação principalmente em tabelas Maxi Rodriguez saia livre para a linha de fundo, percebendo isso o Newell’s buscava inverter o lado sempre nas costas do lateral, inclusive numa tentativa de fazer a “linha de impedimento” Gilberto Silva ficou para trás por ser improvisado e assim ocasionou ataques contra o gol de Victor, mas no total o Atlético finalizou bem mais que o Newell’s, teve 21 finalizações contra apenas seis.
No inicio a equipe jogou no 4-2-3-1 centralizando o Jô e mantendo Pierre e Josué marcando no centro com Ronaldinho na sua frente, Bernand e Tardelli abertos. No decorrer do jogo Tardelli e Jô trocavam de posição para abrir a defesa, mas não tinha muito efeito pela falta de agilidade no passe rápido e pelas faltas que os jogadores tentavam forçar para a jogada forte que era cruzamentos, mas durante o jogo 26 bolas foram lançadas na área e nenhuma dela teve perigo ao gol diretamente.
Com as mudanças o time mudou para o 4-1-4-1 e rapidamente para o 4-1-3-2 com Alecsandro e Jô como referencia no ataque, mas não teve influencia grande no jogo a mudança tática e sim mudança física que deu mais velocidade ao time com Luan pela esquerda e melhor finalização com Guilherme que finalizou duas vezes muito bem ao gol inclusive marcando um gol. Durante a partida pelo pouco tempo foi bem acionado e foi essencial pra classificação e o técnico sempre o escolhe como opção pro segundo tempo nas partidas por ter muita superstição presente no seu método de trabalho.
FINALIZAÇÕES
ROUBADAS DE BOLA
PASSE PRA FINALIZAÇÃO
TENDENCIA DE JOGO
Defensivamente o ponto fraco é o Marcos Rocha que não marcam bem e deixa espaços por que quase sempre acompanha a bola e deixa a marcação livre nas suas costas e falha nesse sentido constantemente.
Ofensivamente a maior arma é o próprio Marcos Rocha com duas jogadas típicas que são suas arrancadas seguidas de inversões de jogo que fazem ele receber livre e centrar a bola em direção ao Jô.
Outra qualidade muito grande é o lateral cobrado na área que faz sempre um jogador alto centrar para desviar a bola e num triangulo os jogadores confundem a marcação na expectativa de sobrar para a finalização ou rebote.
Na segunda partida o Atlético Mineiro tinha os desfalques dos laterais Richarlyson e Marcos Rocha que em seus lugares entraram Junior Cesar e Michel, em compensação teve a volta do zagueiro Réver e a opção de contar com Rosinei no banco de reservas. Na partida a equipe fez 29 ligações diretas sendo 10 a menos que a primeira partida, assim aos poucos corrigiu a postura errada dando melhor qualidade na saída de bola com Pierre cobrindo a lateral direita para que Michel fosse um ala ofensivo e atuasse junto com o Diego Tardelli, porem Michel e Pierre mantiveram a fraqueza defensiva na linha quatro. No primeiro tempo cruzaram 13 bolas na área e em quase todas não conseguiram a finalização pela falta de movimentação dos jogadores em acompanhar o Jô e dividir a marcação. No segundo tempo isso foi corrigido e dessa forma cruzando muito menos fez dois gols em bolas cruzadas fazendo com que a atenção dos defensores ficasse dividida entre o atacante, zagueiros e meias que se movimentam abrindo a defesa.
A lateral direita foi acionada muita mais que a esquerda pela recomposição de Pierre e Josué dando liberdade pro Michel jogar livre com a posse de bola, mas na recomposição fechar os espaços e formar a linha de três na frente da zaga com Bernard aberto pela esquerda e Josué no meio. Assim ambos que estão abertos puxam o contra ataque quando a bola é roubava com passes longos do Tardelli ou Ronaldinho.
A equipe começou num 4-2-3-1 centralizando o Jô e mantendo Josué e Pierre marcando, mas Josué subia como “homem surpresa” e se preciso “matando” a jogada. Na volta do intervalo Rosinei entrou no lugar de Pierre dando mais criação ao meio mudando o esquema para o 4-1-4-1 que já tinha dando certo contra o Newell’s e assim rapidamente a troca de passes achou o próprio Rosinei que cruzou para o gol de Jô.
Perto dos 30 minutos do segundo tempo a equipe mudou o esquema tirando Michel e Tardelli colocando Alecsandro e Guilherme trazendo um 4-1-3-2 centralizando Alecsandro e Jô na área sendo a referencia. Ambos não participaram muito do jogo e não participou de lances importantes pela necessidade rápida de fazer o gol e as jogadas caírem sempre pelas alas com Rosinei, Bernard, Junior Cesar e Ronaldinho.
FINALIZAÇÕES
ROUBADAS DE BOLA
PASSE PRA FINALIZAÇÃO
TENDENCIA DE JOGO
Defensivamente sofre com a recomposição do Pierre que não marca tão bem vindo de traz e sobra espaço para o atacante ultrapassar saindo na cara do gol por que Michel volta fora de posição fechando o meio e nesse espaço entre eles a bola passa por que Josué fica com dois jogadores para marcar.
Quando o time perde a bola rapidamente o Pierre recompõe ainda pior e com o Michel pronto pra sair pro ataque fica muito lento linha de quatro atrás e Junior Cesar nem volta pra acompanhar um atacante na entrada da área se o atacante optar pela tabela, mas no lance ele foi para a finalização direto.
Ofensivamente ganha muito com a altura dos zagueiros e atacantes e quando preciso aciona muito os laterais para cruzar e quando chega à área tem muitos jogadores para finalizar ou pegar um rebote.
Considerações finais:
Não foi fácil, porem uma Copa Libertadores nunca vai ser fácil. O Atlético Mineiro entrou para a história após essa conquista, quando o destino sempre conspirava contra o Galo, no jogo de volta a equipe corria ainda mais e buscava o resultado
Essa conquista trouxe muitos destaques positivos: Ronaldinho Gaucho com um titulo continental após longa novela e fracasso no Flamengo; Cuca sendo campeão ao seu estilo e mostrando sua personalidade; Bernard se mostrando uma grande promessa do futebol brasileiro, inclusive disputando a Copa do Mundo em 2014; Diego Tardelli voltando do Qatar e com desconfiança do seu desempenho; e por fim o Jô que vinha de fracasso na Europa e uma fase conturbada no Internacional.