Por João Vitor
Após o vexame na última Copa, na qual fora eliminada na fase de grupos, e o rebaixamento na Nations, competição recém-criada pela UEFA, Joachim Löw sentiu a necessidade de mudanças. “Dispensou” Hummels, Boateng e Müller, que eram pilares da equipe, e convocou muitos jovens, que serão trabalhados neste ciclo. O primeiro amistoso do ano, contra a Sérvia, que tem um belo plantel, foi bem proveitoso neste sentido.
Escalações iniciais
Via TacticalPad.
A Alemanha saiu jogando com apenas um campeão mundial: Neuer, que tem Ter Stegen como concorrente – ele que é, talvez, o melhor goleiro do mundo no momento. A equipe vinha atuando com 3 zagueiros, mas desta vez, Löw optou por começar no 4-3-3/4-2-3-1. A Sérvia foi no 4-1-4-1.
1º tempo
A Alemanha teve a boladesde o início, saindo pacientemente (com Kimmich e Gündogan), com inversões de jogo e profundidade pelos lados (especialmente o direito, com Klostermann). A Sérvia, que tentou propor quando a tinha nos pés (ao contrário do que fazia anteriormente – a equipe usava e abusava das ligações diretas), defendia-se muito bem, ou pressionando na faixa central – pressão-média – ou mais acima (pressão-alta), incomodando bastante.
Kimmich entre os zagueiros na saída de bola – saída “lavolpiana”.
Pressão-alta da Sérvia, na saída de bola alemã.
A Sérvia abriu o placar aos 12’, em uma jogada de bola parada. Jovic, que faz uma grande temporada, foi o autor do gol. Não houve falha. A Alemanha tinha dificuldades para progredir e criar chances, devido à ótima ocupação dos espaços da equipe de MladenKrstaljic. Só conseguia algo quando roubava a bola no campo de ataque ou triangulava rapidamente, pela direita principalmente, com Klostermann, como já fora dito – Brandt centralizava e abria o corredor para ele.
Brandt no centro e Klostermann atacando o espaço, prestes a receber o passe.
2º tempo
Na volta pra 2º etapa, Löw sacou Havertz, que não foi tão bem, e colocou Reus, que alinhava-se aWerner na fase defensiva, já que com a bola, o ataque se movimentava muito.
4-4-2 em fase defensiva, com Reus e Werner pressionando mais à frente.
Após a entrada de Goretzka, aos 56’, a formação da equipe ficou ainda mais difícil de se definir, já que, efetivamente, ninguém ocupava o corredor – o que continuava ocorrendo eram os avanços de Klostermann, enquanto que Kimmich compensava os seus movimentos, postando-se quase como um lateral.
Na imagem, Klostermann à esq. e Kimmich à dir.
O gol de empate da Alemanha saiu aos 68’, numa jogada iniciada em uma saída de bola errada da Sérvia. Reus serviu Goretzka, que recebeu na entrada da área, limpou a marcação e bateu forte, no canto direito de Dmitrovic. O goleiro, aliás, foi o grande destaque da partida, com incríveis 7 defesas. Milenkovic e Maksimovic, que tirou uma bola em cima da linha minutos antes do gol alemão, também se destacaram no lado sérvio. O time recuou um pouco as linhas na 2ª etapa e não conseguiu muitos contra-ataques.
Na Alemanha, muitos jovens foram bem. Süle e Tah foram sólidos lá atrás, os dois laterais cumpriram bem os seus papéis, Kimmich e Gündogan também fizeram muito bem a ligação entre a defesa e o ataque (com ótimos passes) e Sané destruiu, conduzindo em velocidade. O que, certamente, são bons sinais para Joachim, que vive, talvez, o momento mais crítico no comando da seleção.
No próximo domingo, a Alemanha terá uma pedreira pela frente: a Holanda de Koeman, em Amsterdã, em jogo válido pelas eliminatórias da Eurocopa. A Sérvia também terá um páreo duro: Portugal, também pelas eliminatórias, também fora de casa, na segunda-feira. Jogos imperdíveis!
Mosaico feito em agradecimento a Hummels, Boateng e Müller.